sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

RELIGION NEWS


Religion News Service


Hoje, os jovens árabes; amanhã, os agricultores europeus? Eis a questão. Pode dizer-se, provisoriamente, que as massas árabes estão nas ruas, porque não há eleições. E que os agricultores europeus não passam das pedradas à revolução, porque podem votar.
Mas e se a mudança de política é urgente, e a possibilidade de uma mudança eleitoral só ocorre daqui a uns anos?
E se, nas próximas eleições, uma maioria silenciosa que não é feita de agricultores, produzir resultados de continuidade destas políticas?
E se o grupo agrícola conseguisse já, na rua, a queda de um governo, coisa não querida pela tal maioria silenciosa que só se expressa daqui a uns anos?
Na verdade, se a "democracia" se dá na rua, e não na urna, porquê esperar por esta?
Por outras palavras: como pode exprimir - se a "democracia", nos intervalos entre a sua expressão solene, a eleição? Como é que a "arma do povo", o voto, se transforma de espingarda de um tiro (eleitoral) em fuzil de repetição (sempre que preciso)?
Os grandes acontecimentos, sobretudo os mais dramáticos para as comunidades, trazem sempre à superfície velhos problemas da filosofia, e da história das ideias políticas.
Quando reflectimos sobre as revoltas no mundo islâmico vemos às vezes a expressão: "esperemos que a liberdade não traga o caos". Faz-me logo lembrar a apologia de Sócrates, por Platão, formulada muito antes de Cristo. E um raciocínio essencial: o de que a ausência de leis - o caos - pode ser pior do que a presença de leis injustas.
Da parte de alguém que, como Sócrates, desafiou em vida todas as leis de Atenas, parece uma reflexão estranha.
O que acontece com uma lei "injusta", isto é, reconhecida como inválida por uma pessoa, ou por um grupo (digamos, a política agrícola comum europeia, ou os decretos de emergência, no ordenamento egípcio)? Enquanto durar, ofende e causa sofrimento aos que a consideram injusta.
E o que acontece no caos? Sem normas gerais e abstractas, sem poder acima dos indivíduos, sem autoridade que regule as massas, triunfa a rua. E quem triunfa na rua? Os mais fortes. Os que gritam mais, os que estão mais organizados, os que são fisicamente mais capazes, até os que manejam melhor as suas armas.
Ora, o triunfo dos mais fortes é tão injusto como a lei injusta.
Pode até ser mais injusto, se a injustiça da lei ofender só um pequeno grupo, e o caos agredir a maioria.

Dilemas das revoltas (II)


A propósito da revolta da rua árabe, falámos de emendas piores do que os sonetos. Importa hoje ver a outra face: a do imperativo moral da violência. Em 514 antes de Cristo, Hiparco, co-senhor de Atenas, foi assassinado por um grupo de notáveis, comandado por Armódio e Aristogítones. Há uma grande discussão sobre os reais motivos do golpe de Estado: inveja, sede de poder, conflitos sentimentais e económicos, "contradições" entre segmentos governantes, divergências doutrinais? Certo é que a morte entrou na história como o primeiro caso de tiranicídio.
Hiparco pode ter sido esclarecido mecenas, governante representativo e ponderado, mas na lenda aparece como um ditador morto por "causa justa".
Pode haver momentos em que o grupo homicida age em nome próprio, afirmando fazê-lo ao serviço de superiores interesses. Lembremos que, ao derrubar a "monarquia corrupta" do rei Idriss, em 1 de Setembro de 1969, o grupo de oficiais "nasseristas" de Kadafi (quase todos já desaparecidos, ou subalternizados) afirmava encarnar a "vontade do povo" e a "determinação da nação".
O problema é precisamente este. E se o tirano for morto por falsas causas, ou por uma clique que pretende apenas instalar outro déspota, qualquer que seja a sua forma?
Na morte de Júlio César, os conspiradores terão gritado "sic semper tyrannus" ("assim sempre aos tiranos"). Com o cadáver do imperador nos braços, Marco António (pelo menos na potente caricatura de Shakespeare) terá sugerido que os verdadeiros monstros seriam os assassinos, vestidos de cidadãos honrados. E não nos esqueçamos que o mesmo brado contra a tirania foi lançado pelo assassino de Abraham Lincoln. Lincoln, o inspirador de Obama. Lincoln, o libertador - por mão militar e guerra civil interposta - dos negros americanos.
Mas sabemos, de uma longa lista de pensadores e actores desde a Idade Média, dentro e fora da Igreja, de S. Tomás a João de Salisbúria, dos Monarcómacos a Milton, que há casos de tirania demonstrada, sedimentada, aumentada, em relação à qual a revolta pelas armas é o menor mal.
Se o crime continuado está no trono, o crime da rua pode ser desculpado, ou atenuado, ou exculpado. Sobretudo se (e é um "se" vital) o revoltoso tiver o máximo pudor, e a maior preocupação, e extremo cuidado, em não repetir os métodos daquele que se derruba.

Ciclo Ecuménico de Oración

Esta semana oramos por:

Se o homem não deixar de consumir combustíveis fósseis também não terá como minimizar as consequências da braveza dos mares que, de imediato destruirá várias cidades costeiras. E se o consumo deixar de acontecer agora, o homem ainda sofrerá os danos provocados à atmosfera pelo período de 30 a 50 anos, até que o gás já emitido seja dissipado. Com o atual retrato a previsão é de que a água deverá subir entre 4 e 5m de altura. Nos Estados Unidos as principais cidades a serem atingidas são Baltimore, Miami, Nova Orleans, Nova Iorque e até Washington, além de Londres, na Inglaterra. Nova Orleans sofreu com o Katrina, mas nada foi feito para minimizar novas catástrofes, segundo cientistas, que prevêem outros furacões Além dessas, outras cidades costeiras do mundo sofrerão o mesmo efeito, devido às alterações do derretimento das calotas polares e de grandes geleiras. À medida que as calotas derretem aparecerão áreas escuras (antes gélidas e claras), onde o sol ganhará força de impacto, fenômeno chamado pelos cientistas de Efeito Feedback. Esse desaparecimento também indica que o homem presenciará mudanças na Terra. Mas, atualmente, já se registra o desaparecimento de geleiras em todo o mundo. Nas últimas 3 décadas, cerca de 25% das geleiras peruanas desapareceram. Esse registro ocasiona outro efeito nas regiões afetadas. As mudanças, por serem radicais, exigem alterações e respostas rápidas do homem na questão da sobrevivência. Os exemplos registrados até hoje mostram que a segunda parte não acontece. Ao nível dos oceanos que aumentam junte-se o calor nos mares. No ano 2000, um acontecimento jamais visto deixou cientistas perplexos. Uma barreira de 11 mil metros quadrados de gelo desprendeu-se da calota da Antártida e em torno de 3 trilhões de toneladas de gelo seguiram mar adentro. Caso somente o gelo da Antártida e da Groelândia se derreta, o nível do mar aumentará até 9m, segundo previsão científica. Programa Grace A seriedade da situação fez com que a entidade científica de influência global, a Nasa, se unisse a outra agência alemã, para juntas construírem o Programa Grace, com o objetivo de ‘bisbilhotar’ os efeitos do degelo. O programa lançou os satélites Tom e Jerry, que há cinco anos medem as alterações gravitacionais ocasionadas pelo derretimento de gelo na Groelândia e na Antártida. Toda a água compactada em blocos de gelo ao derreter, ocasiona mais pressão por ocupar mais volume no espaço. Satélites monitoram os efeitos do degelo na pressão atmosférica Segundo cientistas o calor derrete entre 100 e 200 bilhões de toneladas de gelo por ano. Invasão de mares Em muitos lugares do mundo o mar é o responsável pela perda de terra seca em função ao aumento de seu nível. Em Bangladesh fazendeiros perderam áreas de plantação de arroz por causa da invasão de água salgada do mar. Além de causar sérios problemas sócio-econômicos, provocando a mudança de comportamento de animais e migrações em massa para países desenvolvidos, o risco da falta de água potável é outro grande problema a enfrentar. No Rio de Janeiro Em São João da Barra, no norte fluminense, uma maré alta destruiu um prédio de quatro andares, em 5 de abril de 2008. Nos últimos 35 anos, o mar avança a média de 3m a cada 12 meses. Mais de 200 casas já foram destruídas pelas ondas, desabrigando moradores. Segundo pesquisas do Departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade do Estado de Rio de Janeiro (Uerj), nos últimos meses a erosão tem se acelerado, além do previsto e avançou 7m, o dobro da média anual, medida desde a década de 50. Nos Estados Unidos A cada dia a água do mar invade 30cm de área da cidade de Luziânia (EUA) e grandes áreas de terra são consumidas pelo mar. Na mesma região, 13 ilhas desapareceram nos últimos 100 anos e a remanescente Ilha Robert já perdeu 8m de terra desde junho de 2008. No século passado, os Estados Unidos sofreram a ação devastadora provocada por 167 furacões. Os mais violentos foram o Vilma, Rita e o Katrina. O Projeto Argo, lançado para medir o estado físico dos oceanos, mostra por meio de 3 mil bóias distribuídas pelos oceanos, que o aquecimento ocorre com velocidade alarmante. E somente neste século, os cientistas prevêem a elevação do nível do mar entre 30 a 90cm. Cidades vulneráveis As cidades norte-americanas ameaçadas por furacões do nível 2 (como o Isabel), são Baltimore, Nova Orleans, Miami, Nova Iorque e até Washington. Londres não fica fora da lista. Elas são vulneráveis a furacões que podem provocar o aumento do nível do mar e inundações de 4 a 5m. Segundo previsões, os furacões continuarão e com maior incidência Na Europa Em fevereiro de 1953, a força dos ventos e a maré alta destruíram diques na Holanda, desenvolvidos desde a Idade Média. O resultado foi desastroso, pois 300 fazendas e 3 mil casas foram destruídas e 1,8 mil pessoas morreram. Em 2007 o mar invadiu a capital da Finlândia. Destruição de efeito dominó Os pântanos, ao lado das ilhas, são acidentes geográficos que minimizam a ação de furacões, por desgastar por fricção, a velocidade do vento. Mas, também, ao lado das ilhas, segundo pesquisa, os pântanos estão desaparecendo. O aumento da temperatura dos oceanos também ocasiona tempestades violentas. O oceano mais quentes e o aquecimento que provoca o degelo de calotas polares, causará destruição sem limites. Leia mais no livro Fronteira Final

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